consagrado no instinto
da testa suada e das costas curvadas
( com medo das serpentes )
assim mesmo o descanso depois do almoço...
trago as mãos inquietudes
da guerra , da fome em fuga
( o sofrimento antes da morte)
bastou um grito insano
a família expulsa dos nobres
trago as mãos trêmulas de episódios
com deveres e sem direitos
a paciência pra enfrentar o desconhecido
oferecido como uma grande chance
( era preciso fazer a limpeza )
trago as mãos seguras
de um sangue originado nas turbulências do mediterrâneo
eu extrai junto com meus antecedentes nos portos americanos
o fardo de um país que teve a coragem de depositar seus filhos em navios
descarregar, homens , mulheres e crianças no atlântico...
trago as mãos ao peito em agradecimento
( eu digo sempre que não carrego um nome )
em coragem em sapiência da mistura da cultura
( eu carrego valores da criação )
do respeito de pai e mãe aos outros residentes nesse templo ...
(talvez por isso os brasilianos com tantos nomes de santos )
poetriz amina rosa