minhas cartas revisitadas
algumas apagadas pelo tempo
foram escritas a lápis
minhas cartas atemporais
descubro que na letra havia a emoção
registrada , eu guardava a estação
minhas cartas de amores , essas tais ...
parecem novas, escritas ontem
nas frases eu inflamo um encontro
um perfume leve ainda as habitam
caem na mesmice quase sempre
mas, cada uma tem um comando
que aciona meu coração novamente
cada qual com sua propriedade e seu dono
minhas cartas, aquelas proibidas
que o pombo correio foi impedido de chegar
estão mais legíveis com letras enormes de forma
crescem na cor e na presença amiga
renomadas de efeitos simples e justos
perfeitas nos parágrafos que propõem uma fuga
estão nas minhas mãos possuídas como um desafio
a fim de chegarem aos destinatários ...
a penúltima carta que escrevi não a tenho
esqueci de copia-la , nem lembro o que escrevi
acho mesmo que não estava em mim
estava torturado por uma agonia
uma doença esquisita ...
dessas que a gente faz besteira
por ciumes e egoismo e cava uma sepultura
ridícula de dor e sem renascimento...
a carta que agora escrevo
no momento traduz do sânscrito para o brasileiro
eleva minh'alma para uma dimensão onde
as nuvens dissiparam com o vento
a carta que agora escrevo
no momento traduz do sânscrito para o brasileiro
eleva minh'alma para uma dimensão onde
as nuvens dissiparam com o vento
a tempestade voltou depois do verão
eu cheguei com uma mala nova
abrigando roupas velhas , rasgadas ...
e com cheiro composto de capim cidreira e jasmin !
eu cheguei com uma mala nova
abrigando roupas velhas , rasgadas ...
e com cheiro composto de capim cidreira e jasmin !
poetriz amina rosa