Era uma vez um pai cristão,
ensinou-me a pedir benção ,
levar flores a santa padroeira no altar ,
ajoelhar e reverenciar, antes de sonhar,
rezar e acreditar em anjo de guarda ,
abraçar a gente do lado de dentro e fora da igreja.
Era uma vez um pai cristão,
que ensinava a escrita sagrada,
alimentava filhos dos outros como suas crias,
ajudava no plantio e na colheita, vendia quando podia,
gerava divida pessoal ao isentivo comunitário.
Era uma vez um pai cristão, que cutucava as ervas santinhas
e sacudia as ervas daninhas,
á benzer crianças da vila e, movimentava, em pleno inverno,
a cachaça pra receber andarilhos pra banho e troca de vestimentas ,
quando admitia.
Era uma vez um pai cristão, por ser justo,
nunca julgou , apenas cumpria ,
e como possuía um telefone nos anos 40
enviava sem hora marcada, através dos filhos,
noticias alegres ou tristes, mas sempre com uma cartinha.
Era uma vez uma mãe sem saber ser cristã,
confeccionava comida , roupas e preparava camas ,
contribuía no que Justo fazia e sem ser protagonista na missa,
buscava escrever num imaginário um mundo de alegrias
pra filhos dos filhos e com a fé possuída em todos os trabalhadores,
surgia em fibra do bambu,isto é : envergar mas nunca quebrar !