meus avós chegaram no Brasil
por volta de 1889 substituiriam as mãos negra escrava
pelas mãos italiana , tornaram-se colonos e que na adaptação ao clima e culturas
aliadas a subordinação econômica aos fazendeiros,
sentiam saudades dos que na Pátria ou no Mar ficaram...
extraiam do cotidiano pesado, debaixo do sol tropical
uma personagem, disposta a cantar tarantela e contar anedota
nos alpendres em roda sentada ,enquanto destalava fumo
ao invés do choro , suor
davam conta que Deus fazia parte da familia
a outra alternativa era visitar os parentes
mais próximos aos arredores dos trinta quilômetros
de circunferência , andavam e levantavam as calças e as saias
para atravessar os rios,
sorriam quando alguém deixava-se cair para fazer graça,
debaixo de sombras de árvores bebiam vinhos e fetas de pães comiam...
o viés da justiça
se propagava no terreiro de café
na venda descobriam o valor do sal e do tecido
na época de San Gennaro se dividiam em cristãos
conformados na fé ou ánarkhos , derramados numa utopia
uniam-se no dia seguinte para lançar mãos à roça de cana de açúcar,
café e a laranja do mesmo , feijão e as Vinhas ...
quando apesar da dor insuportável,
a oração tornava-se companheira
e o amor familiar era retratado
no feixe de lenha depositado nos ombros
da gestante evitando que ela se abaixasse...
e cada criança nascida pelas mãos da parteira
era reverenciada nas promessas em procissões ou em festas !
o sítio respeita seus antepassados , santos e entidades !
poetriz amina rosa