domingo, 16 de setembro de 2012

O PALCO MEU RETRATO ! POR ROSA MARIA DAOLIO

mais que uma experiência  uma atração na vida
de muitos que buscam a desconstrução para 
emergir na construção de uma personagem

o silêncio das religiões orientais nunca me atraiam

eram demais para o meu dinamismo critico
os louvores do protestantismo me induziam a soberba
das escrituras interpretadas pelo homem pastor 
os cultos católicos me culpavam cada vez mais nas sacristias da vida

cadê então as atitudes de estima e consideração,

estão nas construções de templos ?
aonde ficou a hospitalidade e as referências das pessoas 
que me circundam?

encontrei no palco uma situação de abandono e flerte com Deus 

parei de entregar minhas responsabilidades à ele  , foi justo!
voltei à mim sem dó e rés , 
alinhei- me ao fato da história construída
quem sabe de mim ? 
eu não sei nada de si em mim;
construirá nova história , na antologia me permito...
e COM OS  mitos  EU  REFLITO !
setembro de 2010 , CASA DO TEATRO, AMPARO , SP, BRASIL
poetriz amina rosa

A PRIMEIRA VEZ ! POR ROSA MARIA DAOLIO


Enquanto meu corpo se distanciava do seu corpo
Meu coração chorava querendo permanecer
Enquanto meus pensamentos conflitavam
Minha libido queimava no fogo interno
Eu me inventava para sofrer o quanto me cabia
Permitia chorar em publico, babar nas fases da lua
Enlouquecer antes de repartir alguém ao meio 
por desrespeito a qualquer coisa que eu achasse!

Eis que surge a oportunidade primeira de mergulhar em Hilda Hilst
Agradeço ao Alexandre Cruz meu diretor
Incendiou-me neste presente,
Eu saltei do décimo primeiro andar do Inferno
Desci ao subterrâneo e das vísceras, era uma exposição do momento!
E mudou a rua, o jardim a ladeira virou preguiça
Na sarjeta , um orgasmo novo no meu corpo
Na minha cabeça, brotou um perdão a mim mesma !

setembro de 2010 casa do teatro , amparo , sp, brasil

Poetriz Amina Rosa


PREENCHA A MINHA SALA ! POR ROSA MARIA DAOLIO

caro amigo ! -  vou lhe contar um episódio
conto- lhe : que falo e não sou escutada
ouço,  uma fala e não tenho o que dizer...
caro amigo ! eu um dia acreditei 
que seria diferente mais ouvidos e menos o que dizer
diante do ocorrido o desconforto permanece  
o que será que acontece?

caro amigo ! - vou lhe contar...
nada existe diante dele e de mim...
há sim um amor voluntário  que almeja ser identificado
como amigo, companheiro ou talvez um roçar de ombros 
antigos ... que não me trazem alivio
sinistramente uma lembrança do passado
que foi bom enquanto durou ...

caro amigo ! - vou lhe contar 
que nas contas das lembranças 
há uma  esperança de retornar
para um ninho com outros personagens 
distantes do elo afetivo 
mas que me traga uma certeza de viver 
a vida que me cabe  nesse horizonte e monte de desejos
e preencha a minha sala! 

poetriz amina rosa