quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

RIACHO DESCONHECIDO ! POR ROSA MARIA DAOLIO

meu companheiro pouco sabe de mim
nada eu oculto é porque interesse não tem
minhas gavetas não vasculha e nem na minha  expressão observa
quando atendo uma causa antiga

meu companheiro pouco importa do que eu gosto
o importante pra ele é que eu saiba pra que  time ele torce
adiando-me e compro as cuecas e toalhas de praia e de banho 
da grife 

meu companheiro é muito diferente 
daquilo que um dia almejei pra mim 
e  o inédito é que ele 
nunca está presente nas horas que mais necessito

ele acredita e tem a sensibilidade
de verificar que sou uma senhora de mim
e que por mais que navegue 
meu riacho é desconhecido...


poetriz amina rosa

A IGUALDADE ! POR ROSA MARIA DAOLIO

a poesia é egoica
só retrata o meu lado
e o outro lado, aonde tu  estás?

disparo e avanço
no trajeto que tu escolheste
para eu  descobrir 
 o lado invisível

nos símbolos 
da porta entre aberta
de um corredor...

nas vasilhas 
engatos agregados
da vila

dos sacos de lixo
 dependurados em grades
de vizinhos iguais aos meus

de pensamentos soltos
na condição unica presente
de livros em  serenos...
sermos!

poetriz amina rosa





EU E MINHA CASA ! POR ROSA MARIA DAOLIO

eu não sabia por onde começar
achava que deveria ser um homem forte,
da esquina do universo
pois em mim não cabia o estreito do interior

não fazia conta de rios ou de  mares 
 que inventavam coisas para me diminuir
eram esquisitos  daqueles que um dia 
pretendia conhecer e navegar...

minha fantasia me lançava para diferentes
quedas de cachoeiras e de ondas
endereço... nem tinha
acreditava que na porta da vida, bateria...

uma mão divisível
do mundo que eu habitava
e que me arremessaria
para um  horizonte que acreditara

numa infância absoluta
com pais e irmãos que em outros 
rios e mares navegavam
sem perder a estima

talvez, por isso 
tenho história pra ser contada
de rios e de mares estrangeiros,
 em própria casa




poetriz amina rosa


MEU PRIMEIRO AMOR ! POR ROSA MARIA DAOLIO

sentávamos numa praça 
do Parque D. Pedro em São Paulo
disfarçada somente eu,
falávamos de um presente 
com falta de gente
entre um turbilhão de pessoas
parecia que no Mundo 
só existia você e eu

um desejo de estar perto
que sempre alguém pretendia roubar
sobre meus ombros reinava uma saída,
mas foi você quem dera a partida
 ao dia à independência
jamais esqueci a fidelidade em seu olhar
mais tarde um fusca velho adquirido
um cargo novo na empresa

o amor sentado na praça
vislumbrava nas  filas,  dias
no ônibus, uma casa
um sonho reinava 
sem as  separações de entes queridos
pelas vias as distâncias
combinávamos um  juramento
de que nosso amor eterno seria...


poetriz amina rosa