terça-feira, 11 de dezembro de 2012

MINHA ÍNDIA VÉIA ! POR ROSA MARIA DAOLIO


Reverencio-me a ti
 minha companheira
De séculos e moradas das noites claras
Dos dias escuros de sonhos e fantasias
Das falsas ilusões dos motivos  inteligentes
Dos sofrimentos sem solução e  das dores exatas
Necessárias ...
Reverencio-me a ti
 minha mãe guerreira
De outros tempos e templos
Das estrelas compostas de homens
E as mulheres com crianças nos úteros
Dos vendavais soprando as tendas
Do embalo de meninas e meninos nos berços 
Reverencio-me a ti 
minha irmã de orixá
Batendo a cabeça na estrada
Brindando com chá  a filha da tempestade
Banhando seu corpo com  farinha de mandioca
E água de cheiro da palma silvestre e mãos de mãe
Reverencio-me a ti 
minha loba na floresta
Comandando a matilha e de vez quando as mamas em leite
Derrama-se em rio e igarapés 
Alimentando toda a aldeia ...
Reverencio-me a ti 
minha fêmea e nos traços largos de macho
Sustentando a caça e o plantio 
Repousa no barco a lenda 
Tranquiliza a alma das almas 
Mantém -se na reza a corrente
Solta as buscas nas loucuras
Devolve a simplicidade das rochas 
Com olhos  aperolados olhando para o Céu
Agradece a Mãe Natureza !


poetriz amina rosa