Reverencio-me a ti
minha companheira
De séculos e moradas das noites claras
Dos dias escuros de sonhos e fantasias
Das falsas ilusões dos motivos inteligentes
Dos sofrimentos sem solução e das dores exatas
Necessárias ...
Reverencio-me a ti
minha mãe guerreira
De outros tempos e templos
Das estrelas compostas de homens
E as mulheres com
crianças nos úteros
Dos vendavais soprando as tendas
Do embalo de meninas e meninos nos berços
Reverencio-me a ti
minha irmã de orixá
Batendo a cabeça na estrada
Brindando com chá a filha da tempestade
Banhando seu corpo com farinha de mandioca
E água de cheiro da palma silvestre e mãos de mãe
Reverencio-me a ti
minha loba na floresta
Comandando a matilha e de vez quando as mamas em leite
Derrama-se em rio e igarapés
Alimentando toda a aldeia ...
Reverencio-me a ti
minha fêmea e nos traços largos de macho
Sustentando a caça e o plantio
Repousa no barco a lenda
Tranquiliza a alma das almas
Mantém -se na reza a corrente
Solta as buscas nas loucuras
Devolve a simplicidade das rochas
Com olhos aperolados olhando para o Céu
Agradece a Mãe Natureza !
poetriz amina rosa