segunda-feira, 28 de maio de 2012

UMA HISTÓRIA DE BATOM ! POR ROSA MARIA DAOLIO

meu primeiro batom 
quem me deu foi um frade
quer dizer um homem 
vestido de fraque eu confundi na época
jovem demais para estar atenta com esses adultos adulterados

e por estar do lado de dentro de um confessionário
eu confessei , meus pecados
Ah ! que bobagem eu fiz ...
ele me despiu...fez de mim o que quis...


a igreja me  obrigava toda semana confessar
para tomar a hóstia sagrada, entende?
aquela  que virou carne !?
quem virou carne fui eu... nas mãos daquele padre 
quer dizer frade ou melhor homem de fraque ...eu já nem sei...

um dia confessei que estava apaixonada 
por um menino da rua capitão alceu vieira
só porque ele  pulava o grande muro que existia  nos fundos do meu quintal
e do lado de  lá havia um bosque que o muro alto proibia e,  o Carlinhos trazia 
uma manga verde roubada que com sal e ele  eu comia ...

esse padre quer dizer o tal de fraque 
me mandou rezar mil aves marias ...mas eu,
pequei porque de maria 
 eu assistia na tevelisão do vizinho
aquela novela linda ..."Simplesmente Maria "era com Yoná Magalhães...
Ah ! como era Linda ...

aí eu aprendi a amar as bocas e os batons ...
mas, nunca mais contei ao fraque os meus amores e hoje eu sei
que  ele foi castigado por Deus e por mim 
que nunca mais contei a um homem de padre , frade ou fraque 
meus segredos e, mais genuínos são os que  me fazem viver feliz
 como uma mulher extravagante ! 


Até Pensei


Junto à minha rua havia um bosque 
Que um muro alto proibia
 
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
 
E o dono do bosque nem via
 
Do lado de lá tanta aventura
 
E eu a espreitar na noite escura
 
A dedilhar essa modinha
 
A felicidade morava tão vizinha
 
Que, de tolo, até pensei que fosse minha
 
Junto a mim morava a minha amada
 
Com olhos claros como o dia
 
Lá o meu olhar vivia
 
De sonho e fantasia
 
E a dona dos olhos nem via
 
Do lado de lá tanta ventura
 
E eu a esperar pela ternura
 
Que a enganar nunca me vinha
 
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
 
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
 
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha

Sarau das Extravagancias !





poetriz amina rosa