com rosa maria , que viajava há 16 horas num ônibus com a minima garantia,
do meu lado sentada uma menina parecia mestiça índia,
cochilava ao som repetido ron ron do motor e do calor escaldante dos 40º Centígrados ,
numa planície sombreada avistada com o vapor da terra queimada ,
alguns animais pastavam sede e fome ,
a cada parada a qual se terminava na olhada fixa da moradia
saltava um casal com três crianças agitadas
naquele momento crucial, era pra enfrentar a caminhada ...
depois de mais uma hora sem parada
eu almejava uma garrafa de água gelada
a menina do meu lado acordara e começara comer uma cocada
alucinada eu engolia com ela aquele doce e sentia mais sede
de repente um homem começara assobiar uma canção
logo após, identifiquei geraldo azevedo ...
com emoção lembrei de você ,do nosso tempo
meu suor cheirava e eu saboreava lagrima misturada
meu soluço chamara a atenção da menina e com olhos me perguntou :
você tem filho ou filha ?
(respondi entre cortado )
nenhum dos dois ...
( interrompendo, disse-me)
por isso então você chora .
eu afirmando com a cabeça
não tivera outra resposta
súbito, uma voz forte de homem me arrancara daquele estado
( em tom alto )
ponto final , chegamo gente.
no atropelo das pessoas juntando suas coisas
eu notei por mais uma vez aquela menina que sorria faltando dentes
e que me alimentara todo tempo de força sobrenatural
pra eu continuar encontrando os filhos do Brasil.
poetriz amina rosa