Cada dia da quarentena eu conheço pessoas sábias e reencontros com alguns admirados como o Ailton krenak,nessas lives do youtube que assisto.
Posso citar Vilma Reis, Rita Von Hunty, Conceição Evaristo, Silvio Almeida, outras e outros, mas vamos
lá , eu previ que a pandemia não viria sozinha , muitas descobertas agradáveis , valorização dos funcionários do SUS, do
próprio sistema público , da coleta de Lixo ( digo : a nossa saúde
começa com a coleta do lixo gerado e sua destinação ).
Em todas as entrevistas de médicos vejo algo inusitado,
médicos indígenas, negros, formados entre
dois mil e catorze e dezesseis por que será ?
– Pois é, o Enem com
suas mudanças, em 2004 aquisição de bolsas
e o vestibular unificado em 2009,
prouni , cotas socioeconômica , cotas de gênero sexual e cotas raciais, será que tem haver ? . É preciso notificar
essa década 2004 a 2014 governos do Partido dos Trabalhadores. Queira ou
não, transformou-se o princípio da
aquisição de formação superior , através dos trabalhos do
ministro da Educação Fernando
Haddad.( informação importante: 98 mil/ano com bolsas integrais e 140 mil /ano de estudantes com bolsas ) , ainda necessito computar 100 mil/ano de estudantes no programa ciência sem fronteira. Foi terrivelmente difícil suportar essas mudanças, né ?
Mas voltando a quarentena por ocasião dessa pandemia
planetária, aqui no Brazil de hoje com um governo neofascista, neonazista,
neoliberalista, banqueiro está às festas com rendimentos superavitários e ajuda
de 1,200 (um trilhão e duzentos bilhões para eles não quebrarem, danadinhos)
visto isso, entre tantos desajustes criminosos desse autoritário imbecil, negacionista da ciência , por conveniência, estamos as ruas da periferia e das comunidades das nossas
cidades enfrentando as “balas perdidas “
, melhor , endereçadas nas cabecinhas das crianças negras e pobres , das patroas
indecentes da classe mérdia
auxiliando o descarte de crianças negras e pobres, da familícia no
governo que patrocina o genocídio de jovens, adultos e velhos, negros e pobres.
Eu sabia que a pandemia não chegaria sozinha no BRAZIL; veio
assolar os empreendedores de aplicativos com as suas bicicletas, motocicletas, arriscando suas
vidas ao entregar o mais rápido possível,
documentos, objetos, comidas pros indivíduos
isolados em suas casas com ares de limpeza , e com suas empregadas domésticas rarefeitas.
Estou aqui pensando em home Office (escritório em casa, o
que produz?), quem é home Office que produz de fato? –aquele que nas roças de
hortifrúti granjeiros, nas linhas de produção de equipamentos hospitalares, de
produtos farmacêuticos, domésticos, alimentares; e dai,um terraplanista pergunta?- Eu tenho que conviver com absurdos nesse século XXI, e o pior é ele
querer me convencer, eu “SE” mando.
Dá Licença, voltando pra meu
umbigo, meu sonho sempre foi pisar em folhas, sonhava com um terreno, cheio de
arvores, plantas e que no outono derramassem folhas no chão pra eu pisar.
Demorou pra eu chegar a viver isso, nesse espaço de tempo, passou a juventude,
os trintas e poucos anos, a psicanalise, os dessabores, as uniões e as separações
nem tanto compreendidas.
As árvores foram plantadas
por mim a mina d’água captada por mim, as construções surgiram da minha cabeça
alcoólica sem conje ou conja pra uma ideia trocar, faltou cuidados com animais, cavalo, cachorros por falta de familiaridade, muitos “pecados” cometidos até atingir meu sonho e, pra suportar a
dor interior eu inventava uma nova ilusão a cada dia, sofria.Sei hoje que pouco
fiz perante uma Marielle Franco; sinto vergonha de postergar uma vida de ações
lustres.
Nem pedi tanto, hoje
tenho as folhas para pisar, a cantoria
de pássaros, os micos debruçados nas
frutas, a dança de borboletas que assombram minha sombra, ando livremente com os naufrágios do meu coração,
as lágrimas evaporam as bochechas incandescentes, eu descobri minhas
fraquezas, porém, debaixo de um pé de manacá, sinto-me velha e
infelizmente com dificuldade pra mediar com o passado.
Fim de quarentena, sendo que
muitos nem o direito tiveram de
permanecer em quarentena, por exemplo, os periféricos que nos sustentam a cada dia, irão sustentar também os índices da tragédia. Pouco importa não é?-
Se eu continuar pisando meu chão cheio de folhas e se outono passar, eu viva, triste !
rosinha minha canoa