ando pelas ruas de Copacabana posto seis
puxando pelas lembranças e pensando na vida
parece até um processo de purificação
paro de frente ao hotel Debret
lembro de você me deixando apoiar
o corpo sobre seus braços despidos
durante dias intermináveis de alegria
praia existia para eu desfrutar
das ondas poderosas de aberto mar
comecei a nadar de ficar de perna engessada
na areia de seixos rolava
junto com crianças de Bangú
quanto mais Niteroi avistava
debruçava na toalha e tirava um cochilo
ouvia ao longe causos de cariocas espertos
depois de mais ou menos trinta dias de praia
de seleção brasileira e de festa intermitente
na esquina
na esquina
torcedores eu e garções
saio na avenida Atlântica
com uma perna metade branca
chamando atenção de turistas cor laranja
estou nos sentimentos infinitos e solitários
cada registro é peculiar
a memória é a garantia do nunca mais
poetriz amina rosa