Foi uma viagem qualquer de duas horas de automóvel , um final de semana comum numa situação de inverno, esperava ser uma daquelas viagens que rolaria uma cachaça, um pagode , muita prosa e por fim, através do ciúmes, uma discussão lamentável.
Uma presunção sua me carregar pra uma viagem e com a certeza de que voltaria pra um apartamento sem chorar de angustias.
Dentre tantas viagens , essa gravaria nas minhas retinas , somente seus olhos refletidos nas marés , essencialmente, azuis a soprar na pele um sabor forte de cerveja e cigarro com lábios prestes a beijar desde um rosto.
Um pensamento da espécie certeira, como eu, não bastaria nomear o quanto o amor me tocou naquele pôr do sol, a oeste da minha linda equatoriana , eu jamais sentiria outra motivação igual?
Depois de décadas aparece no visor do celular imagens de Arraial do Cabo ,RJ , são imagens que vivi e, estão presentes para me alimentar de recordações em que outras viagens persuasivas, nunca, a me atingir.
A paixão acelera com lembranças efervescentes , nutre -me neste isolamento sem um final , solicito ao meu coração , ao meu coração amar.
A boca que não beija , os braços que não abraçam, as sobrancelhas com poeira de um outono recente , neste inverno, ascende a um cigarro , levanta o copo de vinho, o encontro de novo amante!