uma dália e uma margarida se alinhavam
os pingos de orvalho em círculos fixamente as suas pétalas
eu macia ainda pelo creme noturno
bocejava com aroma de horas sem ingerir nada
mas adiante notei que gatos passeavam na madrugada
são os pirilampos que chamam vossa atenção
meus olhos verdes viam que na montanha mais próxima de mim
já havia reflexo de Lua se escondendo e um sol atras nascia
pois com certeza Deus ainda estava na programação
eu comecei a tremer enquanto meus ouvidos ouviam entre um sibilo
e cantos em gêneros de passarinhos uma voz humana de grave sussurro
meu nome em alto e bom tom Rosinha uma flor floria ...
sem titubear passei à abrir a porta num pulo , caminhei por entre arbustos em segundos
deparei com um ser transparente como gente de altura mediana ,
olhos verdes como os meus boca clara com dentes
vestígios de roupas rotas unhas retas como as minhas limpas ...
ela, a criatura divina me indicou um caminho a seguir
com seus passos leves se impôs a frente e não como os meus pesados
surtiram um efeito de voo prenunciando um amanhecer na nascente
com água em florais sobrenadantes notei um verde como nossos olhos ...
ali mesmo de joelhos eu orei com palavras nobres de agradecimento
por ter nascido nesse solo fértil com deuses e reinos de Jesus Cristo meu irmão !
subi montanha contigo e desci também contigo
perto da despedida que sentia deparei com seus olhos mais uma vez frente a frente
e labaredas de fogo se atrelavam aos pés as linhas das mãos acesas
nossas cabeças uma coincidência reinava pensando bem ligados por elos
definitivos de vidas e planos anteriores ; hoje uma benção por Deus um presente
encontro de almas e sabedoria partilhada ...
poetriz amina rosa
