quinta-feira, 29 de março de 2012

CAUBY PEIXOTO


Chorei, chorei, até ficar com dó de mim
E me tranquei no camarim
Tomei um calmante
Um excitante e um bocado de gim

Amaldiçoei o dia em que te conheci
Com muitos brilhos me vesti
Depois me pintei, me pintei, me pintei, me pintei

Cantei, cantei
Como é cruel cantar assim
E num instante de ilusão,
Te vi pelo salão
A caçoar de mim

Não me troquei,
Voltei correndo ao nosso lar,
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar, vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Nem sei como eu cantava assim
Só sei que todo cabaré
Me aplaudiu de pé quando cheguei ao fim.

Mas não bisei,
Voltei correndo ao nosso lar,
Voltei pra me certificar
Que tu nunca mais vais voltar, vais voltar, vais voltar

Cantei, cantei
Jamais cantei tão lindo assim
E os homens lá pedindo bis
Bebâdos e febris à se rasgar por mim

Chorei, chorei até ficar com dó de mim.
cauby
você com sua interpretação me levou a loucura febril da Dona Ritinha
personagem do "Mambembe" de Arthur Azevedo e José Piza
adaptação Alexandre Cruz 

eu por ignorância não conseguia encontrar a chama da personagem
com você ao vivo e a cores ficou fácil
sua luz me iluminou
sua voz me trouxe o drama da mulher
sua interpretação me fez incorporá-la  !
beijos te amo !
poetriz amina rosa 

PREMONIÇÃO ! POR ROSA MARIA DAOLIO

vou contar: o uivo era de uma lobo 
foi certo; desceu  a montanha levantando poeira e ervas
protegia os dois filhotes como tufão cercando arvores
eu já sabia o que fazer,  rezaria ...fotografar não deu

passou por entre mim e o carro numa medida calculada geometricamente
enquanto eu estremecia os pelos dos três vibravam
desceram sentido piton , eu corri, chamei , mas  não me deram atenção
era uma loba com seus dois filhotes , passeando não estavam , fugindo de quem ?

fiquei aguardando entrar , em conflito do que poderia encontrar ou ir atrás dos três 
nada mais passou pela minha cabeça além dos animais ...
balbucie entre dentes um aí  , uma dor suportável demais,
ali na penumbra do farol com lua nova, rastejava uma serpente

colorida deu pra eu ver , senti o tamanho pelo volume de ar deslocado
paralisada como estátua permaneci durante alguns soluços de pavor
nem lembrei de São Francisco, chamei por Deus , Santa Maria,
algum lapso me dominou não foi nenhuma meditação...

depois de três dias fui lembrar dessa história para contar 
em primeiro lugar para minha irmã  que não acreditou
insiste em contar para Nêga , ela chorou e falou :
acredito; era eu fugindo de um perigo com meus dois filhos!



poetriz amina rosa