Corro pra debaixo das árvores , logo pela manhã , sinto respingos de orvalho, pareço flutuar enquanto olho pra cima, as copas nas suas alturas diversas , inverte sobre mim um fortuito, há benção.
Existe uma transferência de sentimentos , enquanto estou baixo astral , uma borboleta se assenta no meu ombro nú esquerdo , porém, suas asas são um forte verde com bordas pretas ,enfim, asseguro minha estabilidade, incluo um novo sentimento e a reverencio enquanto suga o meu acredito, doce suor.
Nem vou mudar de assunto, senão volto na pandemia , choro aos berros com raiva e xingo os três poderes, eu tenho essa paisagem agora e desejo eterniza-la no meu pecado mortal, que seja verdadeiro enquanto dure, é assim , o velho Vinicius me conduz na gaveta das lembranças de quando em quando.
Estamos no outono, já ?
ano passado sem estações me convenci que deveria me mover como gatos , preto no branco e, pisar nos telhados com suavidade, esse ano senti apenas o verão, com ventilador ligado.
Parei as cobranças , os ciúmes , meus olhos nem viram e nem invejaram um automóvel novo, meu destino , esse, cruzou a linha entre a espera e uma solução, o luto necessário me acontece diariamente enquanto a imprensa anuncia o recorde dos inumeráveis em meu coração.
Aguenta firme paisagem presente e me alimente , faça-me permanecer atenta, contrária a negação existente , não espero jogo limpo desse governo ímpio , mas meus sentimentos seguirão vigorosos.
Encerro aqui com a
prece da rosinha canoa.