domingo, 22 de janeiro de 2012

NAS VINHAS DA DOR !POR ROSA MARIA DAOLIO



meus avós chegaram no Brasil
por volta de 1889 substituiriam as mãos negra escrava 
pelas mãos italiana ,  tornaram-se colonos e que  na adaptação ao clima e culturas 
aliadas a subordinação econômica aos fazendeiros,
 sentiam saudades dos que na Pátria ou no Mar ficaram...
extraiam  do cotidiano pesado, debaixo do sol tropical
uma personagem, disposta a cantar tarantela e contar anedota
 nos alpendres em roda sentada ,enquanto destalava fumo
  

ao invés do choro , suor 
davam conta que Deus fazia parte da familia 
a outra  alternativa era visitar os parentes 
mais próximos aos arredores dos trinta quilômetros
de circunferência , andavam e levantavam as calças e as saias
para atravessar os  rios,
sorriam quando alguém deixava-se cair para  fazer graça, 
debaixo de sombras de árvores  bebiam vinhos e fetas de pães comiam...

o viés da justiça 
se propagava no terreiro de café 
na venda descobriam o valor do sal e do tecido
na época de San Gennaro se dividiam em cristãos 
conformados na fé ou ánarkhos , derramados numa utopia 
uniam-se no dia seguinte para lançar mãos à roça de cana de açúcar, 
café  e a laranja do mesmo , feijão e as Vinhas ...

quando apesar da dor insuportável,
a oração tornava-se companheira 
e o amor familiar era retratado 
no feixe de lenha depositado nos ombros 
da gestante evitando que ela se abaixasse...
e cada criança nascida pelas mãos da parteira
era reverenciada nas  promessas  em  procissões ou em festas !
o sítio respeita seus antepassados , santos e entidades !

poetriz amina rosa




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