a dignidade de pessoas negras
que com sangue e suor
teceram as terras , camas e banhos
serviram plantas, mesas e mulheres
aos senhores donos dos brasis de índios e cafuzos...
o brilho que o dia inspira além do céu ,
o universo revolve os espíritos de pretos e pretas velhas
que criaram a luz do dia crianças brancas e pretas com leite e colo
e a noite acumulavam culto em frente de um santo imposto
as lágrimas corriam e diziam das vantagens da alucinação
enquanto morria mais um chamado selvagem...
o brilho do dia se estenderá ,
também há certeza no poente,
na noite de lua crescente
eu volto a sonhar com a minha ascendência
e o que me importa da linhagem do sangue é o fluido plasma
que transporta em suspensão elementos celulares
o brilho do dia copia negros e brancos
em sombras do sol a pino
semelhante é a vida da pessoa digna
que é cristal, decompõe a luz nas várias frequências visíveis
do vermelho a violeta e a preta gulosa absorve todas e a branca se revela
e todas as cores no invisível é a religação do sentir !
o brilho resolve todas tradições e os lados opostos
as diferenças se interagem com direitos e deveres
não há palavra para nomear a raça
há palavra para nomear o que é do lugar e o que é estranho
passarinhos voam de leste a oeste , de norte a sul
a postura cultural determina quem somos !
pássaros
poetriz amina rosa
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