Alguns afirmam que sou parecida com ela ,outros dizem que me pareço com ele,entre avós e nonos , sou mais a nona Luíza , sei pouco sobre ela, além dos encontros diários em busca do leite , posso afirmar que não recebia beijo e nem abraço , a benção eu pedia , mulher da sua época sustentava as costuras e o pão de cada dia.
Os seus filhos eu contava nos dedos através dos nomes de tios e tias e a incluir o meu pai , chegara a soma de 13. ? Estaria eu predestinada?
Era o tempo que as mulheres casadas procriavam e acontecia neonatal e filho que na idade adulta falecia antes dos seus progenitores, asseguro que minha nona (avó) passou pelas duas experiências com afabilidade ao luto, pois , a razão sem outra escolha , resistia a continuar a sua trajetória.
Por outro lado as mulheres solteiras colaboravam a criar filhos, era uma troca entre a espécie , lembro-me muito da tia que com a voz alterada, impedia-me ás fantasias.
Voltando para nona que chegou ao Brasil para substituir a mão de obra escrava e eu sem discorrer de algumas regalias ,ela virou na colonia ,com outras mulheres negras, escravizada.Com a lenha nas costas, sete saias sem calça , não dava conta de curtir seu sangue uterino , pois era um filho a cada 12 meses, quando o leite brotava amamentava , quando não, a mãe de leite doava.
Quando eu observo a fotografia da minha avó, noto nos largos punhos, a possibilidade criada com suas mãos a mexer o melado de cana para adoçar suores dos seus filhos, quando na roça a saborear as marmitas, aportados, ás sombras dos pés de café !
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