parecendo que navegava em outra dimensão
não acaso escutei ao longe os latidos da Milka
que me espera para trata-lá
e me surpreendi quando quis me levantar e não consegui
com sem esforço visualizei o lá fora
abriu-se a janela do meu quarto com meu pensamento
era uma transmissão ou ilusão ?
mereci ser dona do meu jeito
inovei no travesseiro uma espécie de ser aderente
ao dia que se iniciara
por fora parecia tudo normal
e a confiança se apoderou de mim mais uma vez
finquei meus pés no colchão pra não mais tentar me levantar
era preciso ficar ali e viver toda a epopeia que se iniciava
de fato me assustei , mas era você que se aproximava
notei que trazia nas mãos um menino forte e que a pouco nascia
respeitei , recebi-o de suas mãos quase solicitando pra eu abençoar
nem eu e nem você fizemos cumprimento desejado
era o novo integrante da minha casa que merecia todo cuidado
para melhor me ajeitar resolvi sentar na cama a dar de mamar
meu peito estava vertendo leite
minhas mãos pareciam enormes indicando o caminho a pequena cabeça
senti que a desordem era nas coisas do Mundo
que aqui em mim reinava a sabedoria
e justificada a cada golpe no bico do peito
passou um tempo e vestida de volta
retornava no quarto, você
buscava nas minhas mãos o menino forte
e sem titubear tomou-me com jeito e se despediu com um aceno
constrangida com meus seios os cobri com as coisas do Mundo
na cabeça eu esquecera de ti , o coração pertencera ao menino
em mais uma hora do tempo chegara a vez de voltar
e as coisas se misturaram comigo
coisas era eu e eu era coisas
encima da minha cama brotara uma rosa cor de rosa
falava como gente e me sentia eu já em pranto
a frase soou como sino e me partiu ao meio
um meio de mim era eu o outro meio a rosa
-la memoria nos cubre de manos la barriga
poetriz amina rosa
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